quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aos Homens e às Mulheres


“A grama do vizinho é sempre mais verde; a casa do vizinho é sempre mais bonita; o que é o outro tem, é sempre melhor do que eu tenho”. Esse é o tipo de pensamento que a maioria de nós tem. Ou seja, a maioria de nós nunca está satisfeita com o que tem e muitos de nós seres humanos, ficamos mais felizes com a infelicidade e desgraça do outro do que com as nossas próprias conquistas. O que nos leva a desejar mais a infelicidade do outro, que nos preocupar em conquistar nossa felicidade, através de ações positivas. Tal forma de pensar, nos cega a ponto de não enxergarmos um palmo à frente do nosso nariz.

Você, homem ou mulher, vai sempre ver no outro, alguém melhor, mais bonito, mais inteligente, mais charmoso; mais gostosa; mais educado; mais tudo, do que a pessoa que você tem ao seu lado... Mas, se você parar para refletir por alguns instantes vai perceber que você pensava as mesmas coisas da pessoa que está com você agora...

Como anular tais pensamentos? O que eu posso dizer é que a gente vai sempre ver alguém mais bonito do lado de fora da casa, mas o que vai fazer a diferença é como as coisas são dentro de casa... O que fará a diferença será a forma de tratamento entre as pessoas que se correlacionam, o carinho que ofertamos e que nos é ofertado, o respeito que damos e obtemos, a honestidade, a fidelidade, a lealdade com que dedicamos ao outro e nos é dedicado; a sinceridade sem ofensas com que honramos ao outro e que também nos é honrada; o valor que damos ao caráter acima de qualquer futilidade; o amor sincero e verdadeiro que dispensamos ao outro e que também nos é dispensado... 

Todos nós queremos o que há de melhor, o que há de mais belo para nós; até mesmo aqueles que dizem que não buscam isso; que não pensam assim, com certeza, eles querem o que há de mais bonito... O que posso dizer é que cada um de nós, na medida em que nos é permitido, tem o poder de “transformar” o feio no belo e o belo no feio; assim como as nossas próprias palavras e atitudes, podem nos transformar a nós mesmos aos olhos dos outros em feios, ou bonitos. Mesmo porque, a beleza é subjetiva; cada um de nós vê a beleza de uma forma diferente do outro...

Mas uma coisa é certa, nada e nem ninguém pode desmentir o tempo. Alguns até tentam desfazer seus efeitos e até conseguem por um curto período de tempo, mas o tempo sempre vence. Basta que olhemos para nossos pais, nossos avós, para as pessoas mais velhas, para os idosos à nossa volta. Ao fazer isso, você se pergunta: como estarei na minha velhice? A esta altura, você já terá descoberto que não estará mais bonito, ou bonita. Sua meditação então deverá ser feita em cima do que restou de você... Agora que você não tem a sua arma fatal, sua beleza jovial... Nesse caso, o que terá você para ofertar ao outro, que o faça, ou faça-a suportar você na sua velhice? 

Apesar de já terem de me dito isto no passado, eu descobrir que não sou perfeito e que não deveria buscar a perfeição em outra pessoa... Aliás, me lembro de um conselho do meu pai para mim, quando Ele me disse que eu deveria ser menos exigente com as pessoas, se eu quisesse ter um bom relacionamento com elas; ao ouvir isso do meu pai percebi que ninguém poderia ou conseguiria, mesmo se tentasse,  atender a todas as minhas expectativas em relação a elas... Aproveitei para refletir nas muitas vezes que frustrei aos outros, quando não pude suprir as expectativas que tinham em relação a mim...

O que importa mesmo, é que ao final do dia você poderá voltar para casa, sabendo que tem alguém te esperando, louco, ou louca de saudades de você; que as horas que você ficou longe pareceu uma eternidade e que a sua volta é festejada com abraços e beijos de boas vindas; para quem ficou em casa, saber que ao final do dia vai poder ver voltando para casa, alguém que a quer muito a ponto de não mudar seu caminho na volta e com alegria vai recebê-lo (la) com abraços e beijos de boas vindas. E que no final, os dois compreenderão que um é essencial para o outro, não por força do destino, mas por que cada um escolheu ser essencial ao outro por amor...