“A grama do
vizinho é sempre mais verde; a casa do vizinho é sempre mais bonita; o que é o
outro tem, é sempre melhor do que eu tenho”. Esse é o tipo de pensamento que a
maioria de nós tem. Ou seja, a maioria de nós nunca está satisfeita com o que
tem e muitos de nós seres humanos, ficamos mais felizes com a infelicidade e
desgraça do outro do que com as nossas próprias conquistas. O que nos leva a
desejar mais a infelicidade do outro, que nos preocupar em conquistar nossa
felicidade, através de ações positivas. Tal forma de pensar, nos cega a ponto
de não enxergarmos um palmo à frente do nosso nariz.
Você, homem
ou mulher, vai sempre ver no outro, alguém melhor, mais bonito, mais
inteligente, mais charmoso; mais gostosa; mais educado; mais tudo, do que a
pessoa que você tem ao seu lado... Mas, se você parar para refletir por alguns
instantes vai perceber que você pensava as mesmas coisas da pessoa que está com
você agora...
Como anular
tais pensamentos? O que eu posso dizer é que a gente vai sempre ver alguém mais
bonito do lado de fora da casa, mas o que vai fazer a diferença é como as
coisas são dentro de casa... O que fará a diferença será a forma de tratamento
entre as pessoas que se correlacionam, o carinho que ofertamos e que nos é
ofertado, o respeito que damos e obtemos, a honestidade, a fidelidade, a
lealdade com que dedicamos ao outro e nos é dedicado; a sinceridade sem ofensas
com que honramos ao outro e que também nos é honrada; o valor que damos ao
caráter acima de qualquer futilidade; o amor sincero e verdadeiro que dispensamos
ao outro e que também nos é dispensado...
Todos nós
queremos o que há de melhor, o que há de mais belo para nós; até mesmo aqueles
que dizem que não buscam isso; que não pensam assim, com certeza, eles querem o
que há de mais bonito... O que posso dizer é que cada um de nós, na medida em
que nos é permitido, tem o poder de “transformar” o feio no belo e o belo no
feio; assim como as nossas próprias palavras e atitudes, podem nos transformar
a nós mesmos aos olhos dos outros em feios, ou bonitos. Mesmo porque, a beleza
é subjetiva; cada um de nós vê a beleza de uma forma diferente do outro...
Mas uma
coisa é certa, nada e nem ninguém pode desmentir o tempo. Alguns até tentam
desfazer seus efeitos e até conseguem por um curto período de tempo, mas o
tempo sempre vence. Basta que olhemos para nossos pais, nossos avós, para as
pessoas mais velhas, para os idosos à nossa volta. Ao fazer isso, você se
pergunta: como estarei na minha velhice? A esta altura, você já terá descoberto
que não estará mais bonito, ou bonita. Sua meditação então deverá ser feita em
cima do que restou de você... Agora que você não tem a sua arma fatal, sua
beleza jovial... Nesse caso, o que terá você para ofertar ao outro, que o faça,
ou faça-a suportar você na sua velhice?
Apesar de
já terem de me dito isto no passado, eu descobrir que não sou perfeito e que
não deveria buscar a perfeição em outra pessoa... Aliás, me lembro de um
conselho do meu pai para mim, quando Ele me disse que eu deveria ser menos
exigente com as pessoas, se eu quisesse ter um bom relacionamento com elas; ao
ouvir isso do meu pai percebi que ninguém poderia ou conseguiria, mesmo se
tentasse, atender a todas as minhas
expectativas em relação a elas... Aproveitei para refletir nas muitas vezes que
frustrei aos outros, quando não pude suprir as expectativas que tinham em
relação a mim...
O que
importa mesmo, é que ao final do dia você poderá voltar para casa, sabendo que
tem alguém te esperando, louco, ou louca de saudades de você; que as horas que
você ficou longe pareceu uma eternidade e que a sua volta é festejada com
abraços e beijos de boas vindas; para quem ficou em casa, saber que ao final do
dia vai poder ver voltando para casa, alguém que a quer muito a ponto de não
mudar seu caminho na volta e com alegria vai recebê-lo (la) com abraços e
beijos de boas vindas. E que no final, os dois compreenderão que um é essencial
para o outro, não por força do destino, mas por que cada um escolheu ser
essencial ao outro por amor...